domingo, 20 de janeiro de 2013

Anacronismo

Recomendo a leitura da entrevista completa, mas este trecho já nos provoca a refletir com urgência sobre a abordagem sociolinguística. 
Entrevista com Marcos Bagno, autor do livro: Gramática Pedagógica do Português Brasileiro, Parábola Editorial 
Pode parecer inacreditável, mas muitas das prescrições da pedagogia tradicional de língua até hoje se baseiam nos usos que os escritores portugueses do século XIX faziam da língua.(...)Temos de um lado uma norma-padrão extremamente conservadora e anacrônica, que não se inspira em nenhum uso real contemporâneo. Do outro temos um conjunto de variedades urbanas prestigiadas que são, de fato, a norma empregada pelos brasileiros que tiveram acesso a uma boa educação e ocupam os postos privilegiados da sociedade. Assim, se é para ensinar alguma norma de prestígio, que seja pelo menos essa norma real, viva, que circula em nossa sociedade. (...) O trabalho de educação linguística consiste portanto em revelar aos aprendizes a existência de outros modos de falar e de escrever, diferentes daqueles que eles já trazem de sua vivência familiar e comunitária. A escola tem como função ampliar o repertório linguístico dos estudantes, principalmente pela inserção deles no mundo da cultura letrada. Ensinar a ler e a escrever é a tarefa número um da educação linguística.

Imagem retirada do mesmo site da entrevista

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