quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Plágio na universidade

 Este excelente artigo analisa as questões que envolvem a ocorrência do plágio nas universidades fugindo de desculpas simplórias, mesmo sem se aprofundar. Com um título como pergunta cabe a nós refletir:

Plágio: o que fazer?
Por Joaquim Luís Coimbra
Professor na Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto, Portugal
(...)
O plágio, como sinal, fornece uma excelente oportunidade para reflectir sobre o que a Universidade faz da juventude que a frequenta. Sem procurar identificar os antecedentes susceptíveis de explicar o problema em toda a sua abrangência e profundidade, a verdade é que a Universidade se encontra num processo de hiperespecialização que se exprime numa desinstitucionalização.
(...) 

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Projeto do Itaú de incentivo à leitura

O Itaú está distribuindo um kit de três livros infantis. Para receber basta se cadastrar com CPF. É de graça e não precisa ser cliente do banco.

Esse ano já recebi deles através da revista Nova Escola 4 livros infantis de qualidade, com temas bem variados e cativantes, por isso confio na iniciativa. Esses livros estavam à disposição nas agências, era só solicitar, mas como comprei a revista e ganhei não retirei os que estavam disponíveis no banco.

Desta vez é bem mais fácil, é só pedir e receber em casa, o prazo é de 20 dias. Mesmo que você não tenha filhos pequenos, solicite os livros e leia para alguém, dê de presente ou use em sala de aula. O importante é espalhar os livros e a leitura.

Clique abaixo e ajude neste movimento. Leia para si e para alguém. Divulgue!

http://www.itau.com.br/itaucrianca

sábado, 22 de outubro de 2011

O preço da feminilidade

Ser mulher envolve alguns rituais que estão relacionados com a estética do que é uma mulher, são rituais que tornam feminina a fêmea humana. Os mais básicos são maquiagem, cuidado com os cabelos/ida ao cabeleireiro, manicure e pedicure e depilação. Não vou entrar nas minúcias da vestimenta feminina.

Vivendo em uma sociedade capitalista e consumista esses ritos são pagos e essenciais. Pelo menos para muitas. E continuando na questão econômina, façamos as contas de gastos básicos:
  • Manicure e pedicure: R$ 18,00 uma vez por semana = R$ 72,00
  • Hidratação e escova: R$ 35,00 uma vez por quinzena = R$ 70,00
  • Depilação: buço, sobrancelha, pernas, axilas e virilha uma vez por mês = R$ 70,00
  • Total: R$ 212,00
Ou seja:
  • 8 sanduíches no Subway,
  • 3 revistas de moda e um livro,
  • A vacinação de um gato e dois apadrinhamentos no Adote um gatinho
  • Ou uma opéra no Theatro Municipal do Rio de Janeiro
  • Total: R$ 212,00
Eu que não vou pagar pra ser mulher!

Educação: benefício


Ontem ouvi uma história muito interessante e inesperada. Foi muita sorte.

Um senhor desceu comigo do ônibus e como seguíamos pelo mesmo caminho ele puxou assunto. Perguntou-me se eu estudava em uma cidade morando em outra e eu expliquei que na verdade era professora e que sim, morava em uma cidade e trabalhava em outra, que verdade morava no Rio e vinha trabalhar aqui.

Então ele me perguntou se eu conhecia Campos – sim, conheço – e disse que na roça as professoras tinham que andar uma distância como a de Campos até Macaé para dar aulas, por isso elas ficavam na casa dele e voltavam para suas próprias casas apenas no final de semana. Era uma casa grande, havia comida, não havia problema. E apesar de ele receber uma ajuda de custo do governo por manter as professoras em sua casa ele disse que não precisava.

O importante era o benefício para as crianças.

Despedimo-nos. Foi um prazer conhecê-lo. 

Imagem do filme "Ser e ter", retirada daqui.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Capitães da areia

Resenhas do livro e do filme ficam para depois. O que me importa agora são as crianças.

Hoje um aluno emigrante da Bahia me disse que esses meninos existem, vagam pelas praias, "ladrõezinhos e malandros" em suas palavras. Gostavam de arrumar confusão.

Com os olhos abertos por Amado, olhos que já naturalmente percebem as coisas de outro modo, vi conjuntamente duas versões de uma história em apenas um relato.

Não conheço a Bahia. Grande parte de minha vida morei em uma cidade pequena. Não lembrava com a mesma carga emocional de certas coisas  com que hoje me deparo no centro do Rio e demais bairros.

Moradores de rua na Região dos Lagos sempre foram escassos. Os grupos do Rio englobam 30, 70... é até onde consigo contar.

Crianças que trabalham... nunca tinha visto em Cabo Frio. Crianças, entre 4 e 8 anos, sempre há vendendo doces, correndo perigo, passando fome e frio, morando embaixo de viadutos.

Um noite, passando férias em hotel na Lapa, em uma pizzaria em frente aos arcos, uma menina de uns 6 anos vem nos vender amendoim. Eu automaticamente caio no choro, um choro difícil de conter diante de um irmão menor que esperava do lado de fora. Difícil de conter diante de todas as crianças que tem de encontrar um jeito de sobreviver por sua própria conta neste mundo.

A verdadeira definição de marginal. Uma criança.

Como aquela vendendo chocolates em Bangu às 22 horas de uma noite fria. Será que ela não estava com fome? Não pudemos descobrir, pois chorávamos.

Eu sempre choro.

No final das contas essa é a realidade: há muitas crianças em muitas ruas do mundo em muitas épocas. E só. Não há heróis, não há vítimas. Só pessoas tentando viver.

domingo, 16 de outubro de 2011

Escapismo

Segundo a Wikipedia:

Escapismo é o alívio ou a distração mental de obrigações ou realidades desagradáveis recorrendo a devaneios e imaginações.
Podemos definir escapismo também como a desconsideração da realidade.
É uma das características do Romantismo, movimento cultural do século XIX. Para os românticos, o mundo real é sempre uma frustração de seus idealismos e sonhos. Daí a rebeldia dos poetas do mal-do-século no Romantismo, onde eles procuravam se refugiar de seus problemas e um desses modos era a morte.

Em tempos não tão poéticos, mas ainda assim sofridos, dois estilos de moda japonesa se baseiam neste critério: fugir da realidade. São eles Mori (garota da floresta) e Ageha (borboleta).

Vamos viver sozinhas numa cabana na floresta e esquecer o quanto o mundo é mau usando nossas roupas confortáveis e fazendo artesanato.

Vamos nos tornar bonecas, assim ninguém vê que temos defeitos como qualquer ser humano. O glitter ainda ofusca o sofrimento.

domingo, 9 de outubro de 2011

Foucault para pensar a educação

Todo sistema de educação é uma maneira política de manter ou de modificar a apropriação dos discursos, com os saberes e os poderes que eles trazem consigo.

Michel Foucault

A velha sabedoria

Algumas vezes sou questionada, confrontada ou desmerecida pelo simples fato de saber muito sobre algumas coisas e ser jovem. Como se uma coisa excluísse a outra e o conhecimento fosse uma característica inerente aos seres humanos de longa data.

Sim, tenho apenas 25. Mas meu diploma vai fazer 6 anos de idade. Experiência em sala de aula já vão se completar 7. Já fiz tantos cursos na área que é impossível enumerar todos agora aqui de repente.
Isso não significa nada?

Sei que minha geração é famosa pelo seu descompromisso com a vida, sua irresponsabilidade. As gerações posteriores tem uma fama pior!
Mas, e as anteriores? Todos santos impecáveis? Todos fiéis cumpridores de seus deveres? Todos sábios?

Já não me entristecem (tanto) as humilhações que sofro por quem se prende a detalhes como idade, geração... se alguém não consegue perceber a pessoa que sou e me julgar pelas coisas que faço só posso lamentar. Por ela!

Resumindo e concluindo: se idade fosse sinal de sabedoria não tinha tanta gente idosa ou de meia idade causando problemas para si e para os outros!

PS: apesar de saber algumas coisas ainda me falta muito para a sabedoria! Mas não idade, conhecimento.

Formação continuada Seeduc - impressões

O curso de formação de continuada do estado do Rio de Janeiro para professores de português e matemática em turmas de 9º e 1º anos dos ensinos Fundamental e Médio respectivamente encerrou seu primeiro módulo nesta sexta-feira, 07 de outubro.
Com um início conturbado o curso desagradou uns e confundiu tantos outros mas muitos seguiram em frente. No final desta etapa é inegável a melhoria no desempenho dos meus alunos que tiveram contato com as atividades propostas. É inegável também o quanto aprendi, o quanto me aperfeiçoei. Ou seja, o curso esta cumprindo seu papel.
Quanto à bolsa de R$ 300,00 dos cursistas, que ainda não foi paga, está prevista para sair no salário de outubro, retroativa a julho (confira aqui). Pelo que pude perceber eles preferiram esperar para saber quem ia continuar no curso ou não antes de começar a pagar. Talvez os professores que desistiram neste semestre não possam se inscrever no próximo, pois a oportunidade será dada a outros. É uma pena para quem "desistiu" porque não conseguiu. O nível do curso é um tanto elevado e as atividades exigiam bastante tempo para leituras, pesquisas e reflexões antes da produção dos materiais.
Sobre os problemas que houveram, há justificativas. A educação estadual está passando por uma grande mudança, uma grande reforma. Tudo é novo. É a primeira vez que há este curso e a grande vantagem é que os professores são convidados a participar da melhoria dele próprio. Estamos fazendo para nós mesmos.
Començando o 2º módulo espero que continue sempre melhor.


Autocrítica

Existe algo mais lamentável que um desenhista que não desenha ou qualquer artista que não produz sua arte?