A Secretaria de Estado de Educação (SEEDUC) criou o currículo mínimo para o ano de 2011. São diretrizes de habilidades, competências e conteúdos que devem ser desenvolvidos ao longo dos bimestres pelo professor. Fóruns foram realizados e houve comunicação através do site da SEEDUC para que os professores colaborassem.
Esta é uma medida emergencial. O novo Secretário de Educação assumiu disposto a dar um jeito na educação oferecida pela rede estadual. A medida inclui ainda bonificações, auxílio-cultura e auxílio-transporte.
Mas este comentário não apoia nem critica de forma negativa as medidas. Elas estão sendo implantadas com uma intenção. Impossível, no momento, ter certeza de que elas darão certo ou serão minimamente úteis.
Mas voltando ao Currículo Mínimo, vejo pontos positivos e negativos. O termo mínimo não é uma expressão. Ele propõe uma quantidade bem reduzida de conteúdos a serem explorados. Pessoalmente gostei muito dessa parte, pois haverá espaço para intervenções que respeitam e atendem as necessidades da turma. Muitos professores dizem que é conteúdo demais. Eu não sei, talvez eu estivesse sendo apenas esperançosa, mas já estou colocando em prática e esses conteúdos serão cobertos no tempo correto, sobrando tempo para acréscimos. Mas cada realidade é uma realidade, cada sala de aula é diferente da outra, assim como cada professor. Não recrimino ninguém.
Outros aspectos que considerei interessantes são: igualar o que se ensina em todas as séries e em todas as escolas e a indicação de conteúdos do SAERJ. Neste ponto são necessárias novas ressalvas.
O MEC possui um documento chamado Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e a SEEDUC um denominado Proposta Curricular. Por seus nomes é possível perceber que não existe, aparentemente, nenhuma obrigatoriedade em que se siga estes documentos. O que não significa que não devam ser considerados. Ambos os documentos não dizem o que deve ser ensinado em relação a conteúdos, apenas o que deve ser considerado na escolha de tais conteúdos e como eles devem ser abordados. São documentos modernos, se baseiam na ideia de que todas as escolas seguem o sistema de Gestão Democrática e possuem Projeto Político-pedagógico (PPP). O que não acontece com a frequência necessária. A definição de conteúdos que devem ser obrigatoriamente abordados impede que cada professor ensine "o que quiser" em cada série, o que seria positivo dentro da gestão democrática, mas deixa espaço para que se ensine qualquer coisa ou se siga cegamente um livro didática. Deste modo, mudando de escola ou de professor o aluno não corre o risco de estudar algo de novo ou perder algum conteúdo.
Com relação ao SAERJ digo que é uma medida perigosa. Já são conhecidas as escolas que ignoram todo o processo de aprendizagem do aluno para treiná-los para a Prova Brasil, para que a escola tenha um bom resultado. Por outro lado, como já comentei aqui, muitos professores desconhecem o SAERJ e o que ele avalia. Tudo bem, nada que o Google não resolva, mas já que nem o Google deu um jeito nisso (ainda assim posso concordar que talvez as informações sejam escassas já que há pessoas que se informam e ainda têm dúvidas), o melhor, no meu modo de ver, foi a SEEDUC intervir. Espero que as escolas não passem a priorizar seus resultados no SAERJ. Neste ponto não é mesmo uma boa ideia que parte das bonificações que os educadores podem receber sejam baseadas justamente no desempenho no SAERJ.
Vou me concentrar em continuar educando. O que a SEEDUC me pede eu faço, sou sua funcionária. O que não me impede de refletir. Problemas pessoais me impediram de participar dos fóruns, eu adoraria, mas Sônia Jobim foi e conta em primeira mão. Espero que a educação melhore. Todos estamos perdendo muito.
E faço um apelo aos professores e equipes pedagógicas das escolas que reflitam e discutam esse assunto. E parem de apenas reclamar.
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