É primeira vez que vou passar o Natal sozinho. É muito estranho. Sou filho único, mamãe e papai não tinham parentes próximos, por isso nossa ceia sempre foi pequena, calma e amorosa. Nós cantávamos e rezávamos até meia-noite, quando nos cumprimentávamos radiantes, pois havia nascido mais uma vez nosso salvador. Mamãe às vezes deixava rolar um par de lágrimas e nós a abracávamos, também cheios de emoção. A ceia era simples, mas deliciosa e mesmo criança sempre tomava um pouco de vinho. Cada um recebia um presente, os meus eram sempre livros. Nunca acreditei em um velhinho que entregava presentes para todos. Meus pais me ensinaram o verdadeiro significado do Natal e que a realidade era bem menos graciosa que uma lenda, por isso, no dia seguinte, levávamos alguns brinquedos e conforto a um orfanato próximo de nossa casa, para as crianças que não tinham a mesma sorte que eu.
Depois que me casei papai e mamãe pararam de falar comigo... não entenderam que eu ainda era a mesma pessoa, mas que meu coração escolhia por si. Eu entendo o desprezo que sentiram... haviam feito muitos planos para mim e eu sempre pude realizar a maioria deles até o momento... Mas casado, não estava sozinho no Natal nunca e a ceia às vezes era pequena e reservada, somente para nós dois, e outras vezes repleta de amigos e meus novos familiares. Uma ceia grande e alegre era novidade para mim e eu me divertia muito! Durante o dia cantava e louvava, durante a festa, sim, festa, confraternizava. No dia seguinte ia a um outro orfanato. Respeitava a decisão de meus pais, mesmo sofrendo, e não queria colocá-los na situação de encontrar comigo, mesmo sem querer.
Mas, desta vez, estou sozinho no Natal, pela primeira vez em 37 anos. Paulo foi embora há 3 meses. Alguns amigos me convidaram para suas casas mas eu quis aproveitar a oportunidade de experimentar algo novo. E estou bastante satisfeito com minha companhia. Me comprei alguns livros de presente e uma garrafa de Cabernet Blanc para acompanhar a ceia que me preparei. No momento, reflito em forma de oração, me comunico com as esferas superiores para expressar a gratidão pela minha vida e a felicidade em cada Natal que tive. Amanhã vou ao hospital e ao orfanato compartilhar essa alegria. Agora vou cantar e me divertir, pois estou sozinho por pouco tempo, logo Jesus nascerá!
Feliz Natal!
Depois que me casei papai e mamãe pararam de falar comigo... não entenderam que eu ainda era a mesma pessoa, mas que meu coração escolhia por si. Eu entendo o desprezo que sentiram... haviam feito muitos planos para mim e eu sempre pude realizar a maioria deles até o momento... Mas casado, não estava sozinho no Natal nunca e a ceia às vezes era pequena e reservada, somente para nós dois, e outras vezes repleta de amigos e meus novos familiares. Uma ceia grande e alegre era novidade para mim e eu me divertia muito! Durante o dia cantava e louvava, durante a festa, sim, festa, confraternizava. No dia seguinte ia a um outro orfanato. Respeitava a decisão de meus pais, mesmo sofrendo, e não queria colocá-los na situação de encontrar comigo, mesmo sem querer.
Mas, desta vez, estou sozinho no Natal, pela primeira vez em 37 anos. Paulo foi embora há 3 meses. Alguns amigos me convidaram para suas casas mas eu quis aproveitar a oportunidade de experimentar algo novo. E estou bastante satisfeito com minha companhia. Me comprei alguns livros de presente e uma garrafa de Cabernet Blanc para acompanhar a ceia que me preparei. No momento, reflito em forma de oração, me comunico com as esferas superiores para expressar a gratidão pela minha vida e a felicidade em cada Natal que tive. Amanhã vou ao hospital e ao orfanato compartilhar essa alegria. Agora vou cantar e me divertir, pois estou sozinho por pouco tempo, logo Jesus nascerá!
Feliz Natal!
Maria Cristina Taveira
------------------------------------------------------------------------------------------
Originalmente postado em http://veraolpt2014.blogspot.com.br/2013/12/feliz-natal.html, proposta de escrita de conto ficcional de natal no curso de verão de leitura e produção textual que estou realizando no Facebook. Lá eu faço todas as atividades junto com os alunos, pois a proposta é ler e escrever para se divertir.
Foi muito bom escrever esse conto, foi minha segunda tentativa, a primeira se tornou maior do que eu pretendia, o personagem cresceu, fugiu de mim e se tornou incompreensível. Mas esse narrador aí não, eu conheço ele, nos tornamos amigos, seu nome é jeremias. Espero que ele possa participar de mais histórias. Afinal, ele tem um passado para contar e está passando por uma grande mudança de vida! Como será que ele vai ficar? Eu quero saber!
Mas foi muito doloroso e tenso escrever um conto, revisar e publicar. Acho que é a primeira vez que completo o processo. Me embrulha o estômago relembrar, mas aguento fazer de novo.